Estou de férias! Até aí, nada demais, pois é algo normal na vida de qualquer simples mortal. A diferença é que dessa vez eu estou com uma vontade muito grande de passear por aí, conhecer novos lugares. Estou cheio de planos, e o que é melhor: plenamente motivado. Enfim, fato que não acontecia das vezes anteriores.
Geralmente,
nas férias, eu vou para Brasília. Adoro aquele lugar. Sua arquitetura e suas
avenidas com nomes de W3 sul, W3 norte, L2 sul e norte me fascinam. Sem falar
que elas são extremamente arborizadas. O problema é que o meu irmão que morava
lá se mudou para Manaus. Então, resolvi não viajar. (Manaus ninguém merece.) Até
tinha a opção de ir para Recife, a convite de uma prima que é de lá, a Valéria.
Futuramente, eu prometo que vou, pois quero manter esse vínculo familiar e
conhecer Porto (bah! trilegal!) de galinhas. Poderia até ir para Porto Alegre,
afinal, eu também tenho família por aqueles lados. Vou parar por aqui, porque
senão, daqui a pouco, eu estou viajando o Brasil inteiro.
Livre nas minhas divagações e sem camisa
para me proteger do frio cortante que vinha das cachoeiras do Mendanha.
E é sempre esse “Divagar é preciso”
pelas minhas andanças.
Hoje,
para mim, foi um dia especial. Dando início à jornada de passeios, fui
convidado por uma amiga para ir conhecer as cachoeiras do Mendanha. Confesso
que fui a contragosto. (detesto água gelada) Eu queria ir à praia! Fui voto
vencido. Fazer o quê? Próxima parada: cachoeira do Mendanha. Porém, ainda tenho
a esperança de convencê-la a dar uns mergulhos na qualidade do que é salgado e
infinito: o Mar. Já até pensei em oferecer propina. Seria em vão, pois
chocolate e sorvete, ela não saboreia mais. Então, vamos para o plano B:
cerveja! Me aguarde.
Como
eu disse antes: fui a contragosto. Só que o meu descontentamento durou até o
exato instante que eu dei o primeiro passo na trilha. Dali em diante, foi só
encantamento. Foi bom demais!
Abaixo,
tentei relatar, através de uma poesia, como foi a nossa caminhadinha, com
direito a um tombo histórico que eu levei e ao salvamento providencial de um
celular fujão que queria dar um mergulho profundo na cachoeira do Mendanha.
Esqueci de dizer: depois de beber daquela água, que não tem nada de insípida, pois tem sabor de vida, eu voltei mais jovem de lá.
Esqueci de dizer: depois de beber daquela água, que não tem nada de insípida, pois tem sabor de vida, eu voltei mais jovem de lá.
A
trilha do Mendanha
A nossa trilha merecia alguns versos.
Mas, de repente, não.
Enfim, para quê palavras expansivas, se
tudo ao redor
já era poético por natureza?
Havia a elegância dos esquilos pulando
de galho em galho.
Sim, também existia o medo de cobras.
Porém, era um sentimento que só servia
para ilustrar ainda mais a nossa aventura selvagem.
Sem falar de borboletas azuis que voavam
suavemente ao nosso redor.
E o ar?
Esse, de tão puro, passeava contente por
entre nossos pulmões.
Ao longe, o som das águas vindo do
infinito das cachoeiras fazia aumentar ainda mais a nossa ansiedade.
Caminhamos? Trilhamos? Não sei ao certo o que fizemos, de tão eufóricos que estávamos.
Caminhamos? Trilhamos? Não sei ao certo o que fizemos, de tão eufóricos que estávamos.
Ao findar da caminhada que fizemos com
passos comedidos, no afã de manter o corpo e o espírito em perfeito equilíbrio,
nos deparamos com o que os nossos olhos mais desejavam, pois sabíamos que aquelas águas cristalinas só podiam estar vindo de um lugar chamado... chamado... Sonho!
Depois, com a sensação de uma criança que acaba de ganhar um presente, aconteceu o contato sublime com o que existe de
mais natural na face do Planeta: a água.
Primeiro, um pé, depois o outro, só para
ter uma ideia da temperatura.
Mas que água congelada!
Cadê a coragem de dar um mergulho?
Até que enfim mergulhamos, para logo em
seguida, descobrirmos que aquela água gélida deixara os nossos corações
renovados e aquecidos para sempre.