domingo, 5 de fevereiro de 2012

A porta

 

Eu tenho traumas de portas, catracas e roletas. Sempre que vou transpor uma dessas possibilidades de passagem para o outro lado da vida, acontece alguma coisa de imprevisto: ora, eu não consigo abrir a bendita, ora, realmente, está trancada a sete chaves.

Já tive inúmeros insucessos em relação a maçanetas e afins. Parece até perseguição. Por isso, confesso que não tenho habilidade alguma para abrir trancas de portão. E quando consigo abrir sem dificuldade o que quer que seja, o pavor de ficar preso vem me visitar: “E se eu não conseguir sair depois”, “ E se eu esquecer a chave do cadeado dentro do armário”, eu penso, imaginando o pior.

Mas de tudo, o que me dá mais medo é aquele cartão magnético que a gente insere na roleta para ter acesso ao trem ou algo semelhante, tipo adentrar em um recinto comercial. Digo isso porque a padaria “Craque do pão” está com essa modalidade, agora. E como não poderia ser diferente, eu fiquei todo enrolado quando tive de fazer uso desse procedimento. Até hoje, penso duas vezes antes de ir lá, só para não passar por esse desconforto mais uma vez. Também não posso deixar de citar aquela sensacional porta giratória dos bancos, que sempre trava. Não poderiam nos poupar desse tremendo estresse?

 Uma vez me prenderam na escola que eu estudava. Foi o Julinho, um grande amigo que eu tinha. Esse rapaz já é falecido. Quando eu me preparava para sair do colégio, depois de pegar algumas informações na secretaria, o danado enrolou a corrente no portão de saída. Na hora, fiquei todo nervoso, a ponto de suar frio, pois não conseguia desenrolar aquilo de jeito nenhum. Depois de muito custo, é que eu consegui sair.


De fato, ultimamente, só tenho batido em portas  fechadas, mas tenho esperança que uma porta vai se abrir para mim, sem eu precisar fazer uso da força, dando vista para um corredor infinito e repleto de possibilidades. Amém!