domingo, 20 de novembro de 2011

Macacada avançando

No dia 31 de outubro de 2011, o mundo chegou à marca histórica de 7 bilhões de habitantes. É gente que não acaba mais. Em 1999, a marca foi de 6 bilhões. Se continuarmos nesse ritmo, nos sentiremos como se estivéssemos dentro de um trem lotado com destino à Central do Brasil. Difícil vai ser ouvir: “Atenção, senhores passageiros, a viagem só prosseguirá quando todas as portas estiverem fechadas”.  Aonde isso tudo vai parar?

Para falar a verdade, o vagão já está cheio há um bom tempo. Basta um simples pisão no pé, para se deflagrar uma guerra mundial. As pessoas não se respeitam mais (ou talvez nunca se respeitaram). Os jornais estão repletos de notícias de tragédias. Todo dia um assassinato, um desvio de dinheiro. Mas é importante frisar que a imprensa noticia sempre o que vende mais, ou seja: miséria, sexo e violência.

Alguém já disse que a imprensa só fala de violência onde tem violência. E assim fica fácil. É só fazer coberturas nas piores favelas do Rio de Janeiro. Dessa forma, é notícia para o ano inteiro. O que me impressiona é quando uma equipe de televisão vai para rua à noite, na alta madrugada, e se depara com um lugar totalmente deserto, fazendo o maior terror, como se estivesse todo mundo escondido. O local está deserto simplesmente porque as pessoas também dormem.

Mas apesar de todo esse prognóstico pessimista, ainda é pouco. Raciocinem bem: são 7 bilhões de pessoas se amontoando. Poderia haver muito mais guerras, homicídios, enfim, um mundo bem mais nocivo.  Felizmente, ainda não chegamos perto do caos. Ainda tem muito trilho pela frente. E é com tristeza que eu digo: esse alarde todo está vindo precocemente. Eu quero ver quando os recursos naturais estiverem escassos de vez. Dizem os entendidos do assunto que, a partir de 2025, água potável não teremos mais. Aí, eu não quero ver.

Eu gosto de colecionar frases de efeito. A idéia desse texto surgiu da conversa que eu tive com um amigo meu de trabalho. Certa vez, sem querer, ele disse: “Tem pouca merda no mundo”. Ali, foi a centelha exata para eu começar a refletir sobre o assunto. E como é de praxe, eu usar frase alheia, encerro com uma reflexão do Neris Cavalcante, um artista amador, aqui de Campo Grande: “O dia em que  aniquilarmos os pequenos conflitos, acabaremos com as grandes guerras”.