A fachada de khazneh (sul da Jordânia),
emoldurada pelas paredes de pedra de Siq: principal rota de acesso a Petra já
foi até cenário de filme
Hoje
eu fui a um canteiro de obras. Olhei para aquelas formas geométricas de
concreto e tijolos e não me causaram surpresa alguma. Nada ali me deixou
deslumbrado. Enfim, a engenharia humana com as suas parafernálias elétricas não tem nada
demais.
“Não
sei para onde vamos?” Essa é uma pergunta corriqueira quando se fala em
tecnologia avançada. Chega a causar espanto quando pensamos no futuro. Falam até
em transposição da matéria, viagens interplanetárias. Mas será que vamos mesmo? A viagem, segundo um poema de Drummond, tem de ser de si a si, pisando no chão do próprio coração, para humanizar-se, até chegar ao ápice de uma genuína modernidade.
Passei
a manhã com esses questionamentos. Depois saí dali com o olhar incrédulo
voltado para as civilizações antigas. Eles não tinham máquinas, computadores,
nada disso, e erguiam cidades inteiras com uma arquitetura perfeita. Eram monumentos
colossais que até hoje desafiam a nossa razão. Como ergueram toneladas de
pedras à alturas incríveis? Como fizeram simetrias tão exatas?
Isso
dá um nó na mente. E o melhor é reconhecer que na escala da evolução ainda
estamos engatinhando.