sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Reino de pedra?

 

A fachada de khazneh (sul da Jordânia), emoldurada pelas paredes de pedra de Siq: principal rota de acesso a Petra já foi até cenário de filme


Hoje eu fui a um canteiro de obras. Olhei para aquelas formas geométricas de concreto e tijolos e não me causaram surpresa alguma. Nada ali me deixou deslumbrado. Enfim, a engenharia humana com as suas parafernálias elétricas não tem nada demais.

“Não sei para onde vamos?” Essa é uma pergunta corriqueira quando se fala em tecnologia avançada. Chega a causar espanto quando pensamos no futuro. Falam até em transposição da matéria, viagens interplanetárias. Mas será que vamos mesmo? A viagem, segundo um poema de Drummond, tem de ser de si a si, pisando no chão do próprio coração, para humanizar-se, até chegar ao ápice de uma genuína modernidade.  

Passei a manhã com esses questionamentos. Depois saí dali com o olhar incrédulo voltado para as civilizações antigas. Eles não tinham máquinas, computadores, nada disso, e erguiam cidades inteiras com uma arquitetura perfeita. Eram monumentos colossais que até hoje desafiam a nossa razão. Como ergueram toneladas de pedras à alturas incríveis? Como fizeram simetrias tão exatas?

Isso dá um nó na mente. E o melhor é reconhecer que na escala da evolução ainda estamos engatinhando.