quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Pretérito mais-que-perfeito

  
 Se existe um tempo verbal que eu gosto, é o pretérito mais-que -perfeito. Como é engraçado esse nome! Ele diz que o que aconteceu há muito tempo atrás foi perfeito. De fato, foi perfeito porque nós não podemos voltar para alterar determinada realidade. Esse pensamento me veio à mente quando eu me lembrei de uma crônica do Miguel Falabella, onde ele dissera que o passado é uma ficção.  


Toda vez que eu me transporto para o passado, a minha sensação é de estar dormindo um sono bem tranquilo. Ou seja, certas situações foram tão prazerosas, que só podiam fazer parte de um sonho. Em outras palavras, foi tão bom que nada daquilo aconteceu.


Por ironia, hoje eu sonhei que estava no meu primeiro trabalho. Comecei a trabalhar em uma sapataria quando eu tinha 19 anos de idade. Foi uma ótima experiência. Pra mim, que sou uma pessoa enrustida, foi um exercício e tanto. Na medida do possível, eu aprendi a me socializar um pouco mais. No sonho, em questão, eu me lembrei, com riqueza de detalhes, de cada companheiro meu de trabalho. Até a roupa, eu visualizei. Na época, eu usava gravata.
 

Na maioria das vezes, catando na memória, eu consigo descobrir o que fez ativar o sonho em mim, mas esse, especificamente,  eu não estou conseguindo identificar o motivo.
Deve ser porque ele foi um sonho mais do que perfeito. Parecia, realmente, que eu estava conversando com meus colegas de labuta.