Às 06h4m, do dia 23 de setembro, ela deu o ar de sua graça. Não era nenhuma estrela internacional e, muito menos, algum destaque da música nacional. Também não veio de avião, apesar de ser uma celebridade muito aguardada. Durante a semana, os meios de comunicação já anunciavam a sua chegada. Geralmente, eles procuram dar um tom todo poético em torno desse tão esperado momento. E não é para menos, afinal, ela é de um charme, uma formosura sem igual. Há de se caprichar nas palavras, pois ninguém quer decepcionar uma visita tão ilustre.
Ela chega de mansinho, sem muito alarde. Para falar a verdade, ela está conosco todo o ano. Mas é nessa época do ano que ela se solta mais. Faceira como é, se adorna logo com a roupa mais colorida possível. Por onde nós passamos, sentimos o seu perfume nos envolvendo até a alma. E não é raro ver alguém fotografando as suas formas mais tradicionais. Eu mesmo já fotografei.
Aliás, esse é um hábito que estou cultivando. Ganhei um enorme prazer em registrar monumentos, enfim, qualquer coisa que desperta em mim um desejo de ficar contemplando. Tenho pinheiros, praias e até a fotografia de um trem indo em direção à estação de Santa Cruz. Quem me dera estar naquele trem! Aquele, eu não perdi. Do alto de uma passarela, eu o vi. O engraçado é que não foi nada planejado. Quando avistei aquela máquina gigantesca se aproximando, não pensei duas vezes, e disparei um flash certeiro. Das fotos da minha coleção, essa é a predileta.
Ainda não tive uma oportunidade boa para fotografar aquela que sempre surgi nesse período do ano. Ela veio num dia sem aquele azul cintilante que combina tanto com sua personalidade. Aguardo com ansiedade essa oportunidade. Por enquanto, só tenho a legenda que colocarei na foto:
A primavera chegou. Vamos aplaudir!
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