Não são raras as vezes que eu abro a porta do meu guarda-roupas e canto aquela famosa música do Noel Rosa. Fico, pelo menos, uns 30 segundos, cantando o refrão. Ora canto como se estivesse fazendo uma leitura silenciosa, ora canto em voz alta, para martírio de quem estiver perto de mim.
Eu tenho roupas que datam 15 anos ou mais. Explica-se os estado de conservação dessas peças pelo fato de eu não usá-las tantas vezes, apesar de ter um carinho especial por elas. Por exemplo: Eu ganhei um blusa de manga comprida do meu Tio no ano de 1995. Essa blusa está intacta até os dias de hoje. Esse mesmo Tio também me deu uma camisa da Topper, cinza, no ano de 1989. Pelo tempo de existência, não está em tão perfeito estado de conservação, mas ainda dá para usá-la.
Falando dessa forma, até parece que o meu guarda-roupas está repleto de calças, camisetas, cuecas, meias, etc. De fato, até que tem bastante roupa, mas tudo é uma velharia de dar dó. O que me falta é habilidade para renovar a indumentária. Conforme a idade foi chegando, eu fui ganhando uma enorme dificuldade para escolher uma vestimenta adequada.
O meu estilo é bem simplificado. Geralmente, uso camiseta, bermuda, tênis, meia, e a inseparável mochila. Até um menino aqui da rua, já fez essa observação. Há bem pouco tempo atrás, eu só ia dessa forma para o trabalho. A questão desse traje está tão intrínseca no meu estilo, que um amigo meu perguntou se eu estava indo trabalhar, quando, na verdade, era um dia totalmente desvinculado a trabalho. Digamos que esse estilo virou a minha marca registrada.
“...eu não caibo mais nas roupas que eu cabia. No espelho essa cara não é minha”. Agora, lembrei de “Não vou me adaptar”, música do “Titãs”. Estou engordando. Até agora não sei se isso é bom ou é ruim. São sinais dos tempos. Isso é da idade. Estou ficando velho.
Descobri isso, quando comecei a perder algumas calças compridas.
Gosto muito das roupas que tem um tema esportivo. Só de blusa do Brasil, eu tenho umas quatro. Sempre quando chega perto da Copa do mundo, eu procuro comprar várias dessas blusas. O preço é convidativo e as opções não faltam, fato que não ocorre fora dessa época. Se não fosse a copa do mundo, acho que eu não teria roupas novas.
A dúvida vai persistindo e eu não sei até quando vou ficar cantando “Com que roupa eu vou...” Por isso, muitas vezes, chego atrasado aos meus compromissos.
Será que alguém compreende?
Nenhum comentário:
Postar um comentário