Já perdi a conta de quantos controles-remotos eu tenho. Eles estão
espalhados por todos os cantos da casa. Só falta controle-remoto para os
ventiladores. Aí, já seria pedir demais. Se bem que ar-condicionado também tem
o seu. Então, não seria nenhum absurdo. Numa conta um pouco próxima, eu,
particularmente, devo ter numa base de 8 controles-remotos, distribuídos entre
televisão, vídeo-cassete, DVD e aparelho de som. É uma verdadeira parafernália
eletrônica. Por vezes, fico até descontrolado (sem nenhum trocadilho), quando
quero ligar a televisão com o controle do aparelho de som. Será que deu
defeito?, eu me pergunto impaciente.
Dizem os nutricionistas que controle-remoto é um grande inimigo das
calorias. A primeira vez que eu li essa observação, achei um exagero. Mas,
pensando bem, faz todo sentido. Quando deixamos de nos movimentar, estamos cada
vez mais atrofiando nossos músculos. O ideal é que façamos, pelo menos, duas
vezes por semana, meia hora de exercícios físicos. A culpa não é só do
controle-remoto. Estamos vivendo num tempo sedentário.
A máquina está fazendo tudo. Já até existe robô que fala por nós.
Aonde isso tudo vai parar?
Achei engraçado, quando um conhecido meu, disse que seria exigir demais
de um outro colega: “Poxa, ele anda e fala, e você ainda quer que ele também
pense”? É para esse lado que nós estamos indo. As pessoas têm preguiça de
pensar. O meu medo é que também percam o sentido da indignação, ante a tanta
coisa errada que está acontecendo nesse mundo eletrônico. Mas, por incrível que
se pareça, ainda existe um pouco de moralidade na humanidade, porém, por
ironia, ela só fica no pensamento, escondida lá no íntimo de cada um, é o que
eu penso.
Apesar de tudo está ao poder de um simples clique num
controle-remoto ou tecla de computador, a verdade é que nós não controlamos
nada. O sistema de governo, a família, os meios de comunicação, é que são os
grandes controladores. Eles não nos deixam em paz. Estão sempre ditando normas
e modas, querendo que nós sejamos do jeito que eles são, como diria o Supla, na
música "Esses humanos".
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