sábado, 3 de março de 2012

Controle-remoto

 

Já perdi a conta de quantos controles-remotos eu tenho. Eles estão espalhados por todos os cantos da casa. Só falta controle-remoto para os ventiladores. Aí, já seria pedir demais. Se bem que ar-condicionado também tem o seu. Então, não seria nenhum absurdo. Numa conta um pouco próxima, eu, particularmente, devo ter numa base de 8 controles-remotos, distribuídos entre televisão, vídeo-cassete, DVD e aparelho de som. É uma verdadeira parafernália eletrônica. Por vezes, fico até descontrolado (sem nenhum trocadilho), quando quero ligar a televisão com o controle do aparelho de som. Será que deu defeito?, eu me pergunto impaciente.

Dizem os nutricionistas que controle-remoto é um grande inimigo das calorias. A primeira vez que eu li essa observação, achei um exagero. Mas, pensando bem, faz todo sentido. Quando deixamos de nos movimentar, estamos cada vez mais atrofiando nossos músculos. O ideal é que façamos, pelo menos, duas vezes por semana, meia hora de exercícios físicos. A culpa não é só do controle-remoto. Estamos vivendo num tempo sedentário. 
A máquina está fazendo tudo. Já até existe robô que fala por nós. 
Aonde isso tudo vai parar?

Achei engraçado, quando um conhecido meu, disse que seria exigir demais de um outro colega: “Poxa, ele anda e fala, e você ainda quer que ele também pense”? É para esse lado que nós estamos indo. As pessoas têm preguiça de pensar. O meu medo é que também percam o sentido da indignação, ante a tanta coisa errada que está acontecendo nesse mundo eletrônico. Mas, por incrível que se pareça, ainda existe um pouco de moralidade na humanidade, porém, por ironia, ela só fica no pensamento, escondida lá no íntimo de cada um, é o que eu penso.

Apesar de tudo está ao poder de um simples clique num controle-remoto ou tecla de computador, a verdade é que nós não controlamos nada. O sistema de governo, a família, os meios de comunicação, é que são os grandes controladores. Eles não nos deixam em paz. Estão sempre ditando normas e modas, querendo que nós sejamos do jeito que eles são, como diria o Supla, na música "Esses humanos".





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