Faltam três
dias para começar o inverno. Confesso que não é a minha estação predileta. Para
falar a verdade, na minha opinião, ela só é boa para dormir. Fora isso, não
vejo graça nenhuma nesse período do ano. Dizem os estilistas que é a estação mais
elegante de todas. De fato é; mas não vejo dessa forma. Para mim, vale tudo
para combater o frio. Se eu vou ficar bem vestido ou não, é uma outra história.
Só sei que não dispenso toca, luvas, meias e calças de moletom.
A verdade é que o frio me castiga. Eu sou muito friorento. Tudo congela em mim. Minhas orelhas, minhas mãos, enfim, fico parecendo um homem de gelo. Todo mundo que aperta a minha mão, diz: Que mão gelada! E se eu não me agasalhar direito, acabo ficando resfriado, gripado, ou seja lá o que for, em questão de segundos. Sem falar das alergias que me atacam todos os dias, quando eu acordo. Fico cerca de meia hora espirrando. Credito esse fato, a uma espécie de choque térmico. Ou seja, depois de uma noite dormida, o fato de eu sair da cama, muito bem aquecido, e logo em seguida, ter contato com uma temperatura contrária, desencadeia toda essa série de espirros em mim.
Miguel Falabella
diz que é sempre verão nas suas lembranças. Acho muito bonita a forma como ele usa para destacar as suas recordações. Eu já digo que nunca é inverno
no meu passado. De fato, o frio não é comigo. Para não dizer que não tenho
nenhuma lembrança boa, agora eu me lembrei de uma fogueira. É que a dona Maria,
uma vizinha já falecida, costumava fazer
fogueira em frente a sua casa, em época de festa junina. Era muito bom ficar
dançando em volta do fogo. A roupa ficava cheirando mal, mas era o preço que se
pagava para tapear o frio. Isso faz muito tempo. Não lembro nem a idade que eu
tinha. Mas me recordo perfeitamente da batata doce escondida entre as brasas. Dessa não dá para esquecer. Estou até sentindo o seu aroma.
O inverno
está chegando (oficialmente, às 20h09m do dia 20 de junho) e não me gera nenhum tipo de ansiedade. Digo isso porque adoro os
momentos que antecedem qualquer evento. Na medida do possível, sempre chego
cedo aos lugares que vou para me divertir. Gosto de ver o ambiente vazio. Enquanto
as pessoas vão chegando, eu vou observando a expressão de expectativa de cada uma delas. Das vezes que vou à Igreja, festa de aniversário ou a um simples show na lona cultural de Campo Grande, me deleito totalmente no clima que fica no ar. Se estiver tendo passagens de som, aí é que eu fico mais enlevado
ainda. O som da bateria e a voz de alguém, no microfone, dizendo "testando", desde adolescente, sempre me fascinaram. Acho isso tudo, um máximo.
É bem verdade que aqui no Rio
de janeiro não faz tanto frio. Chega a ter um tal de veranico visitando a
estação gélida do ano. Segundo, o Climatempo, a temperatura, no primeiro dia de inverno, deve girar em torno de 35 graus, mas por via das dúvidas, hoje mesmo, eu começo a separar um
verdadeiro arsenal para afugentar o frio: duas blusas de manga comprida, calça
de moletom, meias, e a inseparável toca para hora de dormir.
Que venha o frio!
Que venha o frio!
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