quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A dança dos anônimos







Sábado passado, eu estava na frente dessa tela de LCD disputando uma partida de xadrez online, quando o meu celular tocou. Achei estranho, pois já passavam um pouco mais das 18 horas. Quem seria numa hora dessas? “Só pode ser um desses gerentes chatos de banco”, eu pensei, já meio p...  Eles não nos deixam em paz! Mas para a minha surpresa, era uma amiga  me convidando para fazer uma aula de dança.

Essa amiga já faz aula de dança há um bom tempinho. E como, de vez em quando, eu brinco com ela, dizendo que qualquer hora iria tirá-la para dançar, acabei aceitando o convite, indo no embalo da “Dança dos famosos”, quadro que faz um enorme sucesso no programa do Fausto Silva.

Um tanto reticente, saí de casa pensando (pensando, não; rezando para que o “mico” não ganhasse proporções continentais) no que estava me aguardando. A aula estava marcada para o horário de 19h: 30 min. Depois de alguns desencontros, pois eu não sabia ao certo o endereço que deveria me dirigir, acabei chegando pontualmente ao local, uma Igreja católica situada no bairro de Santa Margarida.

Para a minha sorte, até que não tinha um grupo muito grande no pátio da Igreja, fato curioso, pois a aula era “de grátis”, dada com bastante boa vontade por uma pessoa conhecida como Gil. Depois ficamos sabendo que a razão da ausência dos alunos fora uma excursão.

A noite estava muito agradável. O pequeno grupo que se fazia presente rapidamente se dividiu em pares, para dar início à aula.  De pronto, eu me posicionei em frente ao meu par, uma verdadeira dama de honra. Lembro que eu estava me sentindo leve e com as entranhas desobstruídas. Ou seja, aquele nervosismo inicial não estava me afetando.
Mas bastou eu ouvir a primeira nota da música para que tudo dentro de mim se engessasse. Eu fiquei me sentindo um robô. Ao invés de dançar no ritmo da música, eu marchava feito um soldado num exercício militar. Que lástima!


A aula continuava com o professor marcando o ritmo: 1, 2, 3... quando  chegou no 4, eu pensei, suando frio: “Meu Deus, por que eu não fiquei em casa jogando xadrez?” A minha amiga, sempre muito paciente, dizia que no primeiro dia era assim mesmo. Eu, quase disse para ela, que preferiria  brincar de estátua.

(Eu sei que tudo é uma questão de treinamento, pois a dança requer muita coordenação motora, e isso a gente só ganha a poder de muita repetição.
Não é nem questão de ser pessimista, o problema é que fazer folia corporal não faz parte do meu gosto pessoal. A única coisa que eu posso dizer é que tenho uma enorme admiração pela performance de quem pratica essa arte. Ou seja, não tem nada mais bonito do que um bolero bem dançado.)

Os passos sincronizados (menos os meus) continuaram na maior alegria. Confesso que fiquei surpreso com o desempenho da minha amiga. Ela está dançando muito bem. Os seus movimentos estão leves e com uma sutil simetria. Logo, logo, com todo o seu charme, estará abrilhantando as principais pistas de dança do pedaço.

Enquanto eu estava dançando, eu me lembrei das tribos que dançam em torno do fogo. Esse é um ritual que sempre me fascinou. À maneira deles, eles dançam para alcançar uma ordem divina. A dança também tem essa função, o da celebração. Então, vamos dançar até o sol raiar. Amém.

Obs: Certa feita, essa mesma amiga me convidou para um baile de dança de salão. Fui mais por uma questão de lazer mesmo, afinal, eu sabia que iria ficar na mesa olhando os pares dançando. Confesso que foi uma das piores coisas que eu fiz na minha vida. Explico. É que eu tinha uma certa quedinha por aquela senhorita. Não era lá essas coisas, mas cada vez que ela trocava de par, eu quase tinha um infarto lá no meu cantinho.
Enfim, dança de salão... Nunca mais!!!

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