Da
minha adolescência até o início da juventude, eu gostava muito de ler uma
revista chamada Seleções Reader's Digest. Ficava fascinado com as histórias de superação de
diversas pessoas. Mas não era só isso. Ela continha piadas, atualidades,
frases filosóficas, enfim, era bastante interativa.
Geralmente,
na última página, havia uma coluna denominada “Entre aspas”. Ali, era um espaço
destinado para frases de efeito. E dentre tantas que eu li, uma delas me chamou
a atenção: O artista nunca é pobre. Como assim?, eu me indaguei. Então, para
tirar a minha dúvida, eu levei o questionamento a um amigo meu, ao passo que a resposta veio assim: O artista nunca é pobre porque ele vê beleza em tudo. Na
mesma hora, eu concordei, pois essa é uma virtude que poucos têm.
Passados
alguns anos, através da leitura de uma poesia do Carlos Drummond de Andrade, eu tive um outro
insigth, tal qual o da resposta magnífica do meu amigo. Ou seria uma
confirmação? Acho que está mais para confirmação. Enfim, nessa poesia, Drummond
dizia que João, ao relatar os acontecimentos trágicos do Apocalipse, obteve uma tarefa
nada agradável, e que ele, no sentido próprio do poeta, queria o privilégio de ter
narrado o início de tudo. Ou seja, o surgimento do céu azul, do sol, do mar,
das flores...
Cheguei
a recorrer ao São Google, para ver se encontrava essa poesia, mas não consegui. Deixa para lá. O importante é saber que, com um pouco de
sensibilidade, podemos até perceber beleza em fotos preto e brancas.
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