quinta-feira, 12 de julho de 2012

Pá e bola

foto com cheirinho de sabonete
Há algum tempo atrás, lá pelos idos do final dos anos 80, mas precisamente 1989, se me tivesse apetecido uma idéia, eu teria feito uma brincadeira com uma amiga minha de sala de aula, quando ela me pediu um momento de prosa. Na hora, eu dei um jeito de fugir pela tangente porque ela era comprometida. Ou seja, eu não me sentia à vontade naquela situação. Em outras palavras, eu tinha uma "quedinha" pela referida moça. 
Depois, mais tarde, eu fiquei sabendo que ela se casou com  esse mesmo rapaz. Enfim, destinos traçados na maternidade.

Como eu tinha muita dificuldade de me expressar, para facilitar o meu diálogo com a minha paixão platônica, eu formularia um pequeno questionário, tipo desses que a gente lê nas entrevistas dos artistas.

Acredito que seria uma sacada genial. Fatalmente, ela iria se amarrar. E de uma forma bem sutil, poderíamos nos conhecer. Falaríamos de nossos sonhos, qualidades, gostos, enfim, tudo o que fazia parte de nossas vidas naquele momento.

Gostaria que esse questionário fosse feito na última folha de nossos cadernos. 
 Ficaria, mais ou menos, assim:

Nome:
Luis Henrique de Oliveira Padilha

Local e data de nascimento:
Porto Alegre, 15 de abril de 1973.

Signo:
Áries
(não acredito no zodíaco, mas para incrementar a brincadeira, teria que ter esse quesito)

Maior qualidade:
na medida do possível, procuro ser bastante honesto com quem me rodeia.

Maior defeito:
existencial demais.

O que toca no teu walkman (naquela época, não existia mp3, ipod...):
Engenheiros do Hawaii e as principais bandas do rock 80.

Prato predileto:
arroz, feijão bem temperado, e para acompanhar, carne, ovo frito e as sensacionais batatas fritas.

Refrigerante:
coca-cola.

Doce:
chocolate.

Cor preferida:
azul.

Passeio:
não esqueço a primeira vez que fui à praia da Barra da Tijuca. Nunca tinha visto uma areia tão branquinha e um mar tão azulzinho.

Time de futebol: Flamengo.

Livros que mais gostou de ler:
A descoberta do mundo (Clarice Lispector); Cadeira de balanço (Carlos Drummond de Andrade); Lucíola (José de Alencar).

Perfume:
não tenho hábito de me perfumar.
(Eu deveria levar um tiro de canhão. Isso é resposta?)

Mania:
leio jornais e revistas detrás para frente.

Nas horas de folga: gosto de caminhar sem ter hora para voltar para casa.
 
Filmes que mais gostou de assistir no cinema:
ET, muito pelo impacto que me causou na época. Eu era bem criança. Por conta disso, eu fiquei bastante impressionado com algumas cenas. Também gostei muito de ver “Os saltimbancos trapalhões”. Nos dois, chorei copiosamente.

O que mais aprecia nos amigos: consideração.

O que te decepciona:
degradação do espaço público e ganância de certas pessoas.



 Idéia de felicidade:
dormir bem todos os dias.

Sonho: ser aprovado em um grande concurso público.

Qual a melhor maneira de defini-lo:
uma pessoa humilde e singela.

Obs: 1989 é um ano que eu guardo com bastante carinho no meu calendário mental.
Infelizmente, como cantou Edgard Scandurra, na música "Pobre Paulista", toda adolescência acaba.
Nesse ano, em questão, eu tive várias sensações de bem-estar. 



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