domingo, 18 de janeiro de 2015

Clarice Freire



Clarice Freire é uma dessas escritoras que a gente gosta logo de cara. Dona de um estilo inconfundível, ela sabe usar como ninguém os desenhos para fazer uma verdadeira dança de traços com os seus versos.


 


Não sei ao certo como tomei conhecimento dela. O meu irmão me indicou um livro, Pó de lua, que é a sua primeira obra, mas acho que já a conhecia de algum programa de televisão. 

  


Além de poeta, Clarice está se revelando uma grande cronista. Aqui, tomo a liberdade de publicar o trecho de um de seus textos, onde ela teve a sensibilidade (inata dos cronistas) de traduzir o que verdadeiramente representa uma estação de trem:



Sempre senti um estranho carinho pelos trens. E pelos trilhos dos trens.
Estranho porque eles praticamente fazem parte da minha vida através dos filmes. E de algumas viagens.
A verdade é que não tenho dúvida de que existe algo raro neste meio de transporte. Um quê de magia, de sépia.
Sem falar nos trilhos do trem sem um trem. Estes guardam um ar de espera e perigo.

Uma estação de trem é como um aeroporto, só que muito mais charmosa, mais calorosa, mais devagar — como as coisas boas da vida deveriam ser e as duras insistem em se arrastar — e é nelas onde se pode observar os encontros, desencontros e reencontros. Todos carregando uma maleta, ou várias.














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