segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Pequeno Dicionário Amoroso



 

Confesso que não sou fã de romance, mas resolvi fazer uma aposta num livro chamado “Pequeno Dicionário Amoroso”, de Paulo Halm e José Roberto Torero. Até o presente momento estou gostando, pois está sendo uma leitura leve e com uma pequena dose de humor.

O livro conta a história de um jovem casal, Luísa e Gabriel, que se conhecem por acaso num cemitério. À medida que se envolvem, eles começam a questionar a natureza de seus sentimentos.
E, por ironia, onde tudo termina, deu-se início a um caso de amor.

Na minha opinião, a sacada genial do romance foi o fato de ele estar todo documentado sob a forma de verbetes, seguindo uma ordem alfabética. E, como não poderia ser diferente, o livro se inicia com uma breve reflexão em torno da palavra amor.

Seguindo a ordem alfabética, quando chega na palavra beleza, já começa a surgir o que vai ser, praticamente, uma tônica de todo o livro: o humor sutil.
Aqui, transcrevo um diálogo em que Luísa trava com uma amiga sua, a Marta:

_ Tá distraída, hein? Tá pensando no cara do cemitério?
_ É...
_ Mulher é um bicho estranho mesmo, viu? Mal conhece o cara, fica fazendo planos, fantasiando. Você tava pensando em quê? Num vestido de noiva?
_ Não. Mas até que a idéia não é má!
_ Você sabia que depois de cinco anos juntas, setenta e dois por cento das pessoas casadas são infelizes?
_ Ah, é? E os outros vinte e oito por cento são felizes?
_  Não. Se divorciam.
_ Marta, vamos acabar logo com isso.
_ É o que dizem os números, e os números não mentem jamais.
_ Essa sua mania de estatística é um saco.
_ E ele é bonitinho?
_ É, ele é bonitinho, mas é meio esquisito.
_ Esquisito, mas trocaram telefone...
_  Foi só por causa do besouro. (na ocasião, no cemitério, Gabriel estava caçando um besouro)
_ Que besouro?
_ Nada!
_ Olha! Desafio você! Por que você não aproveita e liga para ele agora?
_ Eu não estou interessada.
_ Noventa e nove por cento das mulheres mentem.
_ Ah, é? E o um por cento?
_ São mudas.
Luísa sorri, desconsiderando as previsões da amiga.


Ao contrário do que sempre acontece, esse livro foi originado a partir do filme de mesmo nome: Pequeno Dicionário Amoroso.
No cinema, a história de amor de Luísa e Gabriel, teve como atores principais da trama, Andréa Beltrão e Daniel Dantas.
Eu, particularmente, não gostei do filme. Achei apelativo demais, pois estava cheio de piadinhas de duplo sentido. Para mim, nesse sentido, os autores erraram feio. Não havia necessidade disso. Dava muito bem para fazer um filme engraçado e sem nenhum tipo de apelação.


Não é nem questão de eu dar uma de falso moralista. Isso não tem nada a ver. Eu penso que se a pessoa quer ver “sacanagem”, pois que pague ou assista num horário alternativo. O filme, em questão, não passa a idéia de ter esse tipo de artifício, ou seja, foram coisas que vieram até nós sem pedir licença. Infelizmente, esse fato também acontece direto na televisão.  Enfim, certos programas estão exagerando.


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