domingo, 7 de abril de 2013

Solidão que nada


Como definir a minha solidão?  Os versos do grande 1berto Gessinger podem deixar alguma pista:
 Se você sofresse
tanto quanto eu sofro com a solidão,
se você soubesse
o quanto eu preciso da solidão, não me pediria pra repetir
frases banais das quais já me arrependi.

 
Porém, existe um trecho de um texto da Danuza Leão que sintetiza ainda melhor  a minha definição de solidão:
 São tantas coisas bobas e boas que nos acontecem e que não notamos, e que se notássemos poderíamos ser bem mais felizes. Mas uma coisa me deixa curiosa: todas as lembranças que tenho desses bons momentos, momentos inesquecíveis em que não aconteceu nada de extraordinário, eu estava só. Claro que houve outros, de amor, amizade ou paixão que foram maravilhosos, mas dos que me lembre mesmo, eu estava só.
O que será que isso quer dizer?
Que não precisamos dos outros para sermos felizes? Que dependendo de como somos podemos ter momentos de grande felicidade que não dependem de ninguém, como costumamos pensar?
Desconfio que sim, e só sei que a vida, acredite, é muito simples e muito boa.

 Para falar a verdade, eu nunca tive problemas com a solidão, mas com a falta dela, sim. É que eu me dou muito bem comigo mesmo. Ou seja, sou capaz de ficar horas sozinho sem nenhum tipo de neurose. No mais, acaba sendo algo paradoxal, porque eu só sinto os efeitos cruéis da solidão quando estou rodeado por pessoas que eu não conheço. E isso pode ser em festas ou qualquer outro ambiente social. Nessas horas, a solidão é terrível.

Alguém já deve estar pensando que eu sou um eremita. Isso não tem nada a ver! Simplesmente, eu preciso ficar só, pois assim eu recarrego as minhas energias. E não é nem questão de ter momentos reflexivos, mas sim o fato de eu querer  me afastar do que às vezes me cansa, ou seja, a vida em sociedade.

Ultimamente, eu tenho tido dificuldades para curtir esses momentos de solidão. Ou seja, lugares como praias (na baixa temporada), praças, ruas, dos quais eu tinha um prazer muito grande de frequentar, já não estão mais tão desertos, como há uns 20 anos atrás. Esses, eram locais em que eu, praticamente, era dono do pedaço. Até o céu eu perdi. Explico: Eu solto pipas fora de sua temporada habitual. Infelizmente, não dá mais para fazer isso, pois sempre tem um mané, com a sua pipa, querendo invadir o meu espaço celestial.




Obs: Não sei se é saudade ou solidão, mas às vezes sinto falta de algumas pessoas. Nesses momentos, eu travo uma luta incessante contra a vontade de telefonar para marcar um encontro com quem eu prezo tanto. Isso acontece porque são pessoas inacessíveis a mim.

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