sexta-feira, 16 de maio de 2014

O sonho da suricata




Assim, bem de repente,  ela disse que havia sonhado comigo. E como   não me faz segredo de nada, eu perguntei como tinha sido o sonho. Ela não me respondeu. Quase pirei! Apenas frisou que teve “o sonho”. Continuei insistindo. Mais uma vez não contou, pois estava resolvida a não me dar nenhuma pista.  ("Xata!", pensei, cá com os meus botões. )
 Enfim, como a sabatina estava começando a ficar tensa, resolvi não insistir mais com a suricatinha.

Na manhã seguinte, fiquei imaginando mil situações, e toda hora me perguntava: Como foi o tal sonho? Até que de repente me veio a ideia de fazer a reconstituição do sonho através de versos.   Prontamente, eu separei um lápis e uma folha de papel ofício. É bem verdade que não tive dificuldade em colocar no papel o que eu imaginei. Isso aconteceu porque eu versei sobre uma situação  que eu não tinha a mínima ideia. 

Para ser sincero, acho que foi melhor assim, pois, do contrário, eu não conseguiria relatar sobre um acontecimento  que, por ser sublime e extremamente íntimo, jamais será  revelado e muito menos decifrado por quem quer que seja.

Eu sei que esse sonho não tem nada a ver com o que eu pensei, de tão etéreo que ele foi na sua essência,  mas, de qualquer forma, eu deixo aqui a minha breve suposição do que aconteceu naquela noite:

Ano novo lunar

 Não era para ter dito que havia sonhado comigo.
Esse foi o seu grande erro.
Agora, eu estou sendo obrigado a lhe despertar da
fantasia, do encanto, enfim, daquela sensação saborosa que toma conta do nosso ser quando perdemos o sentido de tudo.
Peço perdão por isso. Eu devia deixar você envolta nessa ilusão para sempre.
Não foi um sonho.
Eu estava com você o tempo inteiro.
Aquele corpo quente lhe abraçando era o meu.
O sonho, de verdade mesmo, está acontecendo agora.
Nada é real aqui.
Não sou eu e nem é você na frente desse espelho.
E essa imagem que estamos vendo  é fruto do que é surreal em nós,
 pois estamos distantes e mergulhados dentro de um sono profundo.
A vida que vemos pulsando por aí faz parte de um truque da nossa mente.

Tudo ao nosso redor é onírico.
E nesse mundo de sonhos, o mar é pleno de açúcar.







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