sexta-feira, 9 de maio de 2014

Um rosto desbotado


Hoje, na minha mente, me veio um rosto desbotado pela ação corrosiva do tempo. Essa lembrança surgiu quando eu estava almoçando. De repente, eu vi um sorriso na minha direção vindo lá de cima. Até hoje não sei se realmente foi para mim. Penso que eu devia ter olhado para trás, na intenção de saber se havia alguém atrás de mim. Esse foi o meu grande erro, enquanto subia aquelas escadas.

Lembro-me perfeitamente que fiquei com vergonha de olhar para trás. De pronto, me arrependi. Principalmente porque essa é uma situação que acontece uma vez só na vida. Tanto é verdade, que nunca mais fui agraciado daquela forma, assim tão inesperada.  Mas será que aquele sorriso era para mim mesmo?  Agora, com a cabeça mais fria, e juntando as peças desse quebra-cabeça, acredito que sim. Digo isso porque ele brotou na face daquela garota justamente no exato momento em que eu coloquei o meu pé no primeiro degrau da escada. Sem falar que acho que ela já tinha me olhado outras vezes. Ou seja, está mais do que comprovado que eu fui o sortudo do dia.

Infelizmente, eu sou mestre em ficar colecionando duvidas. Antes,  essa situação de ficar confabulando se fulana gostou ou não de mim, já havia me torturado.   Porém, em relação a esse caso especificamente, o que está me afligindo mais, é eu saber que tenho uma ótima memória fotográfica, mas, no entanto,  não consigo lembrar como era a fisionomia de quem disparou um sorriso certeiro na minha direção. 


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